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População mais madura e digitalizada abre oportunidades para startups de saúde

Pesquisa Tsunami8 Latam aponta caminhos para inovação na economia prateada, de olho nos clientes 50+; Tech Balance e ProBrain são exemplos de negócios.


Por Bruna Klingspiegel, O Estado de S.Paulo


Fabiana Almeida, CEO da startup Tech Balance, que usa aplicativo para calcular risco de queda entre idosos.
Foto: Taba Benedicto/Estadão
 

Com a população mais conectada e o aumento da expectativa de vida, crescem as oportunidades para negócios que oferecem soluções e serviços digitalizados para pessoas maduras, com mais de 50 anos de idade, especialmente para cuidar do envelhecimento de forma saudável. O contingente de pessoas mais velhas só cresce no Brasil: a população com mais de 60 anos era 10% em 2010 e chegará a 30% em 2050,

segundo o IBGE. E grande parte desse grupo possui smartphone, acessa a internet todos os dias e vê a saúde como prioridade número 1.


O estudo Tsunami8 LATAM, amplo levantamento sobre a economia prateada na América Latina e que reúne mais de 20 mil entrevistas, aponta que 92% dos brasileiros com mais de 50 anos (os chamados 50+) têm um smartphone, sendo que 9 em cada 10 latino-americanos com mais de 45 anos acessam a internet todos os dias. A pesquisa, conduzida pela Hype50+ em parceria com No Pausa, Opinion Box e Pontes, também revelou que a prioridade para 69% dos brasileiros com mais de 55 anos é cuidar da saúde.


As startups de saúde (healthtechs) têm aproveitando essa demanda, aliando tecnologia à saúde do público maduro, caso de empresas como PUBLICIDADE ProBrain e Tech Balance. Fundadora da Tech Balance, a especialista em ortopedia e traumatologia Fabiana Almeida criou um aplicativo de exame diagnóstico que calcula o risco de quedas entre os idosos.

Seja pela insegurança ou pelo sedentarismo, a taxa de quedas de idosos nos últimos anos tem aumentado de forma exponencial. Segundo Fabiana, dados do DataSUS mostram que houve um crescimento de 16% no número de quedas entre 2019 e 2021 e um aumento de custos para o sistema público de 21% em relação a esse mesmo período. “A gente trabalha com cuidado preventivo. A curto prazo você consegue prevenir dor, evitar lesões e, lá na frente, também prevenir quedas”, explica a fisioterapeuta.


Seu funcionamento é simples. Um celular é preso na cintura do paciente e, a partir de sensores de movimento, é possível verificar a capacidade de equilíbrio da pessoa analisada. O exame dura 10 minutos e gera um relatório automático e personalizado com os níveis de risco sugerindo também um plano de fortalecimento e tratamento.

Após sete anos trabalhando com reabilitação de quedas em idosos, Fabiana teve a ideia para a TechBalance em 2019 a partir de uma proposta de mestrado sobre como prevenir a queda dos idosos. “Eu sempre busquei trazer a tecnologia para os meus atendimentos e isso me causava um pouco de frustração. Então eu criei (o aplicativo) porque eu queria para mim, depois que eu entendi que isso poderia servir para

todos”, conta.


Deficiência auditiva na terceira idade Outro exemplo que ilustra a potencialidade do mercado prateado e digital é a ProBrain. A startup foi fundada em 2019 pelas fonoaudiólogas Ingrid Gielow e Diana Faria e só em 2021 teve um crescimento de

usuários da base de 825%. A Afinando o Cérebro, sua principal plataforma, oferece ao público maduro diversos jogos que estimulam as habilidades auditivas. “A longevidade não é só física, ela também tem que ser cerebral”, diz Ingrid.


Quando os testes de processamento auditivo chegaram ao Brasil na década de 1990, conta Ingrid, não existia nenhuma terapia para as pessoas que tinham esse diagnóstico. Com a experiência no consultório, as fonoaudiólogas foram construindo jogos e atividades. Primeiro apenas com áudios, com gravações com situações de escuta difícil para desenvolver as habilidades auditivas e, posteriormente, com jogos desenvolvidos no PowerPoint.


“A gente descobriu que contextualizando o paciente e com algo mais lúdico o interesse e a adesão dele ao tratamento aumentava muito”. Após a criação de dezenas de jogos e em parceria com o publicitário Henrique Cerione, decidiram criar uma plataforma que, de modo on-line, as pessoas pudessem acessar os jogos.


O aplicativo pode ser acessado nas versões mobile e web, e nele o paciente tem acesso a uma série de atividades interativas que utilizam situações cotidianas para treinar a capacidade de processar a informação. Em um dos exercícios o jogador é um garçom que precisa ouvir e decorar os pedidos de alguns clientes em meio a um ambiente

ruidoso, por exemplo.


De forma lúdica, explica Ingrid, é possível desenvolver conexões cerebrais que estão relacionadas à memória, ao foco, à atenção e ao processamento da informação auditiva. “ A tecnologia foi essencial para a acessibilidade e a democratização de uma terapia que, em geral, só está em centros especializados. Com uma plataforma como essa, a gente pode chegar a qualquer canto do País a um preço muito acessível”, conta

Gielow.


Para ajudar a identificar onde estão as dificuldades das pessoas, a plataforma AudBility nasceu. A ferramenta desenvolvida para fonoaudiólogos possibilita a investigação e o monitoramento das habilidades auditivas dos pacientes. Uma inteligência artificial

identifica, a partir das dificuldades durante os exercícios, quais são as habilidades potenciais a serem melhoradas.



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